Abacateiro Reed

No fim de semana plantei um dos dois abacateiros enxertados que comprei há dias em Castromil. Vão ficar no P2, entre as nespereiras e o castanheiro. Naquele local em particular a terra não é das melhores, bastante pedregosa e ‘magra’, mas, tendo em conta o porte da árvore adulta e o facto de ter folha perene, pareceu-me o melhor sítio. As pedras que se vêem atrás da árvore foram todas retiradas do buraco que abri para a plantar. Misturei terra preta e muita matéria orgânica para melhorar o solo.

O abacateiro é uma planta muito especial. É a única da família do loureiro (Lauraceae) a produzir frutos comestíveis. As raízes são muito superficiais, com cerca de 80% delas nos primeiros 15cm de profundidade!
As suas flores, hermafroditas, duram só dois dias – quando se abrem no primeiro dia, são femininas (o estigma está receptivo mas os seus estames estão ainda imaturos); duas ou três horas depois, a flor fecha e só abre novamente no dia seguinte, durante umas horas, na fase masculina (o estigma já emurchecido e os estames a libertarem pólen).
Para complicar ainda mais as coisas, as variedades do tipo A têm a fase feminina na manhã do primeiro dia e a fase masculina na tarde do segundo dia; as do tipo B abrem-se pela primeira vez à tarde, na fase feminina, e de novo na manhã seguinte, já na fase masculina. Em explorações comerciais é essencial ter variedades dos dois tipos para assegurar uma polinização consistente.
A terminar a lista de excentricidades dos abacateiros, o facto dos frutos só amadurecem quando são colhidos, podendo permanecer na árvore várias semanas em estado latente.

A variedade Reed tem floração do tipo A e dá frutos arredondados e verdes, com cerca de meio quilo de peso e casca fina, durante o Verão.